segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

da luta ao luto


por favor, acorde pela manhã minhas
mãos de fadinha suas pernas
capitão gancho, e não me deixe.
não se esqueça, que é dia de manha
não se queixe das horas
que eu perdi, as vezes
sorri, mamãe, sossegada
me descubra com delicadeza,
diga 'bom dia!', distraída como quem sabe
ou apenas 'o café está na mesa',

como quem sempre perdoa,
mãe, como quem não quis dizer nada
lá fora, as flores decoram as horas
a vida, a morte por mais que me doe
me doem, dói o corpo e a noite

a noite vai
embora
você às vezes venha
em sonho
de branco e tudo

fica claro
choro e escorro
o coração dilacerado
luto só
soluço em desabafo
e não demoro a desabar.

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