domingo, 27 de novembro de 2011

foi sem contar os passos, subindo degrau por degrau, que ela chegou aos céus. seus olhos iluminaram-se diante daquele cenário exuberante. nem tão exausta quanto lhes parecia, respirou aquela vista, e foi como encher-se de vida. e estava tão leve quanto nada quanto existe no mundo. já não tinha os pés sobre aquela terra. estranho como sempre pensou que o céu era a superfície e por sua divindade sequer tocava a terra no horizonte. embora considerasse teimosia, e tendo em vista aquela visita ao céu, pareceu-lhe, por fim (ou infinitude) que o estado das coisas independia do seu caprichoso juízo. as mulheres eram mais homem que todos os homens do mundo. inspirou aquele ar puro e esqueceu.. sem contar com o que se passava, pediu perdão por chegar aos céus ainda cheia de humanidade. então não tinha fim..continuou perturbada..e caminhou um pouco mais. foi a última pontada de desejo: quem sabe o mar?

terça-feira, 22 de novembro de 2011

acordei ao anoitecer e senti um sopro de vida vindo de você, da saudade que te torna mais viva dentro de mim. a vontade de chorar vai passando. ligo para alguém que me deixa pensar em você livremente. está mais perto de mim do que eu mesma imaginava. não sofro mais tão só. a gelada paisagem estrangeira se dissipa..todos os dias se morre um pouco e, no entanto, é algo que preferimos apagar. a morte só existe nos outros. eles só existem em nós..o que foi que eu perdi? estou certa de que não perdi alguém. nem ninguém perde alguém. sua voz alcança meus dias, seu sorriso invade meus olhos e ainda procuro, entre notas, melodias que te façam mover..